segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

O PEQUENO ECRÃ | The Handmaid's Tale


Depois de ter parado sensivelmente a meio da série (aquele momento crucial em que a Internet falha e que nós nos propomos a ver o resto dos episódios quando esta voltar, só para nos esquecermos durante os próximos vinte anos), eis que finalmente terminei The Handmaid's Tail. A série é baseada na obra homónima de Margaret Atwood, publicada em 1985, e tem como pano de fundo o regime totalitário de Gilead.

Num mundo onde a taxa de natalidade é cada vez mais reduzida, possivelmente provocada pelas profundas alterações climáticas, as handmaids surgem como um grupo de mulheres férteis que têm como único e principal objectivo parir as crianças que esta sociedade precisa. No entanto, apenas alguns homens têm o privilégio de terem uma handmaid. Os Comandantes (ou Commanders) são os responsáveis quer pela guerra civil que assolou parte dos Estados Unidos da América quer pelo cumprimento da moral que eles próprios criaram e implementaram. Como propriedade destes homens e, por inerência, das respectivas esposas, as handmaids estão proibidas de utilizarem os seus nomes e verdadeiros e são-lhes atribuídos as formas possessivas dos nomes dos respectivos Comandantes. Em dez episódios, a série conta-nos a história de Offred e de como é que ela se tornou uma handmaid.

O primeiro contacto que tive com a série, curiosamente, nem foi por ter visto o trailer ou por ter ouvido falar do livro. Há uns tempos atrás, nos Estados Unidos, houve uma manifestação em prol dos direitos das mulheres, onde as activistas usaram as capas vermelhas e os chapéus brancos associados ao trabalho de Margaret Atwood. Desde então fiquei com a pulga atrás da orelha para ler o livro, até que descobri que o trabalho de Atwood estava a ser adaptado para uma série. Confesso que não consigo seguir séries. Ou porque me desinteresso ou porque os episódios ainda estão a sair e eu tenho de esperar que saia um todas as semanas (não sou paciente). E aconteceu o mesmo com The Handmaid's Tale. Só há pouco tempo é que me decidi a acabar de ver a série e ainda bem que o fiz.

Na minha modesta opinião, tenho a dizer que todos os actores estão de parabéns pelo trabalho que fizeram! O Emmy que a Elizabeth Moss ganhou pela sua interpretação como Offred foi merecido, sem dúvida nenhuma. A cinematografia, a música e o guarda-roupa também estão de parabéns, porque fizeram uma bela ponte entre a ficção, a realidade e um possível futuro. Contudo, por muito boa que a equipa por detrás de toda esta produção seja, é a história que nos arrebata.

Em alguns momentos, pensava para comigo que, apesar de ficcional, não é algo de tão mirabolante assim. Por muito infeliz que seja essa linha de pensamento, há pessoas que acreditam piamente que a única função da mulher é parir filhos. E um dos momentos que mais me assustava quando estava a assistir à série era o facto de esta ideia não partir exclusivamente dos homens, mas das esposas. A série aborda uma série de temas, estando a mulher no centro de todos eles. A primeira temporada terminou com dez episódios e cobre os eventos narrados por Atwood. Por outro lado, a segunda temporada tem data de estreia marcada para 25 de Abril deste ano e será uma continuação do percurso de Offred.

1 comentário:

  1. eu AMEI esta série, assim que comecei a ver nunca mais parei! estou mais que ansiosa pela segunda temporada :) x

    E. ♥ Meet me for Breakfast

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