domingo, 21 de janeiro de 2018

NEBULOSA | Envolve-te.

Sempre tive alguma dificuldade em envolver-me quer na vida dos que me rodeiam. Não, não quero com isto dizer que seja intrometida (embora não negue que goste de uma boa fofoca), mas sempre tive alguma dificuldade em criar uma relação de empatia com o outro. Quer nos momentos bons quer nos momentos menos bons, mantinha uma certa distância daqueles que me rodeavam, talvez até levando a um certo distanciamento. Só depois é que percebi que talvez este não fosse o caminho a seguir. Isolar-me do mundo e das pessoas não só não faz sentido como também não me faz bem.

Por mais incrível que possa parecer, sobretudo depois de ter referido que sou uma pessoa relativamente distante, os momentos mais felizes da minha vida eram aqueles em que eu me envolvia com as pessoas e com o ambiente em redor. Sentia-me útil. Sentia que não estava a perder momentos verdadeiramente importantes. Foram precisos vinte e três anos, mais coisa menos coisa, para abrir os olhos e chegar à conclusão que não podia continuar assim. Não podia, e não posso, continuar a viver numa bolha de forma permanente. Não quer dizer, contudo, que tenha de lá ir com uma agulha e estourá-la. Longe disso. Nós, alguns mais do que outros, precisam daquele espaço e momento onde ninguém chega. Não quer dizer, por isso, que se seja triste ou infeliz ou solitário. Simplesmente continuamos a precisar daquela bolha de oxigénio.

Numa publicação anterior, referi que não sou uma pessoa que resoluções de Ano Novo. No entanto, esta passagem de 2017 para 2018 foi diferente no sentido em que me decidi a fazer umas quantas promessas a mim mesma. Uma delas foi dedicar-me àquilo que mais gosto de fazer. Ora, é uma afirmação muito geral, é verdade, mas não deixa de ser importante. Ter um papel mais activo na vida das pessoas que me rodeiam (e, note-se, que queiram que eu lá esteja); ter um papel mais activo na minha própria vida e não ficar parada a ver os navios a passar. Não conto que seja uma mudança de uma dia para o outro, nem sequer que consiga alcançar este objectivo num ano. Mas temos de começar em algum momento.


4 comentários:

  1. Sim! Temos de começar em algum momento e podemos tornar uma resolução de ano novo numa resolução de vida m qualquer momento. Assim, é mesmo bom que tenhas chegado a este consenso contigo mesma e que estejas decidida a quebrar as paredes da bolha nalgumas situações. Acredita que sei o que é precisar da bolha, mas, também sei o que é precisar de respirar depois de muito tempo lá dentro. Assim, desejo-te o maior sucesso na concretização deste auto-desafio! Beijinhos. 💫

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  2. Já eu consigo criar uma relação de empatia até com uma pedra que vejo no meio da rua...

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  3. Fico muito orgulhosa que estejas a amadurecer dessa forma bonita. Estou sempre cá <3

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  4. É uma resolução excelente, espero que sejas muito bem sucedida!
    https://sunflowers-in-the-wind.blogspot.pt/

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