MARCADOR | A little history of Philosophy.

Percebo pouco de Filosofia. Há ideias que me confudem. Há ideas que fazem pouco ou nenhum sentido para mim. Mas há também ideias que ficam. O meu maior problema, e espero não ser a única (embora tal fizesse de mim a última bolacha do pacote), é esquecer-me das coisas a um ritmo quase alucinante. Já todos, ou pelo menos grande parte das pessoas, passaram por aquela experiência de estudar imenso para um teste ou exame e, minutos depois de terem saído da sala, quando vos perguntam o que é isto ou aquilo, até do vosso próprio nome têm dificuldade em lembrar-se. Nem a propósito!

Quem sou eu? 
Para onde vou? 
O que faço aqui?

Podia ser a letra da uma música do Paulo de Carvalho, mas não. Quando pensamos no trabalho desenvolvido pelos filósofos, independentemente da época em que nos encontramos, estas são algumas das perguntas que mais frequentemente lhes estão associadas. São perguntas que também vão aparecendo em A little history of Philosophy, por Nigel Warburton. Confesso que quando peguei no livro pela primeira vez, não tinha grandes expectativas. Estava à espera que fosse uma daquelas introduções meio enfadonhas que explicam, explicam, explicam e que no final não dizem nada. Qual o meu espanto quando descobri que não conseguia deixar o livro de lado nem por nada!

A little history of Philosophy faz parte de uma colecção, "Little Histories", publicada pela Universidade de Yale. O livro está dividido em capítulos de três a quatro páginas, onde encontramos resumidamente as questões e as possíveis soluções levantadas por cada autor, desde o Sócrates a Peter Singer. Utilizar floreados para descrever ou explicar alguma coisa é muito bonito, sem dúvida. Contudo, nada bate uma explicação simples e directa de um tema. Tenho em crer que este livro, apesar de o ter lido em Inglês (que eu tenha conhecimento, não há uma edição portuguesa do mesmo), é uma fantástica introdução àqueles que estão a dar os primeiros passos em Filosofia. Mas também para aqueles que, como eu, querem avivar a memória e ter uma noção base do que é que se anda a discutir. A linguagem é acessível e divertida, mas nem por isso deixar pontas soltas. O que deixa, e isso digo-o por experiência própria, é a pulga atrás da orelha.

Para aqueles que podem estar a torcer o nariz e a pensar 'Filosofia? Que seca!', não se preocupem. A little history of Philosopy é apenas um de vários trabalhos da colecção. Há mais (e quem sabe melhores)! Para já, os dois que mais vontade tenho de ler são A little history of Science e A little history of Literature - com um resumo que se propõe a acompanhar a evolução da literatura desde a épica de Gilgamesh aos livros do Harry Potter, como é que posso não ficar ansiosa?