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Igreja de São Miguel de Alfama| Não utilizar sem autorização prévia. |
Que eu esteja em Lisboa todos os dias, não é estranho; agora ir para a Baixa num fim-de-semana já merece uma sobrancelha levantada. Sem querer enganar ninguém, deve ter sido a primeira vez na minha vida que fui a Lisboa num fim-de-semana com a pura intenção de ir passear. Certo, meio que foi uma visita de estudo, mas mesmo assim deu para visitar sítios que eu não pensei existirem em plena capital portuguesa. Isto só revela que ainda tenho imenso que descobrir sobre o país e sobretudo sobre a capital onde passo a maior parte do meu tempo. Pois bem, teria de começar por algum lado. Que tal Alfama?
Juntamente com a Mouraria, Alfama é especialmente conhecida pelas casas de fado. No entanto, não é para cantar a saudade de um amor que já lá vai que vos falo deste bairro. Apesar das ruas estreitas e rodeada por uma série de edifícios (cujo um deles será o futuro Museu Judaico de Alfama) está a Igreja de São Miguel. No cimo da fachada principal, somos brindados por uma escultura do Arcanjo São Miguel, a quem o edifício é dedicado, que segura uma balança numa mão e uma lança/estandarte (não tenho bem a certeza, na outra. Mas o que mais me impressionou foi, sem dúvida, o interior.
A primeira coisa que me vem à cabeça ao ver uma igreja no meio de uma cidade não é exactamente a beleza ou o dramatismo das cenas e esculturas que encontramos quando entramos em solo religioso; na verdade, é tentar adivinhar quantas beatas é que estão lá dentro e dessas quantas é que me lançarão aqueles olhares de cortar a respiração que me fazem querer logo sair dali, qual exorcismo qual quê! Só depois vem aquela surpresa, aquele momento em que me apercebo que as igrejas, mais do que um local de culto, são autênticos museus e obras de arte.
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Altar-mor da igreja de São Miguel de Alfama| Não utilizar sem autorização prévia. |
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Pormenor do tecto da igreja| Não utilizar sem autorização prévia. |
Segundo as informações que me deram, embora a senhora estivesse confusa sobre a história do edifício, a igreja data entre os finais do século XVII e o início do XVIII, sendo então possível constatar que faz parte das várias igrejas de estilo barroco, muito à la D. João V. O altar-mor é a jóia da coroa e conta com a presença dos quatro apóstolos evangelistas (Marcos, Mateus, João e Lucas) em cada canto do altar e cada um conta com um animal próprio que os distingue uns dos outros (um leão, um anjo, uma águia e um touro respectivamente). O terramoto de 1755 destruiu parte significativa da igreja, mas foi rapidamente reconstruída.
A igreja é pequena, mas extremamente rica em detalhes. Não foi uma visita planeada, tanto que foi graças a um colega que queria muito ver o interior da construção que também entrámos. O único problema que aparentemente se impõe é o facto de não estar aberta muitas vezes, ou estar somente aberta para as missas.
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Altar lateral da igreja de São Miguel de Alfama | Não utilizar sem autorização prévia. |
Parece-me uma boa sugestão para a minha próxima visita à capital =)
ResponderEliminarNão te sei indicar o caminho, porque para lá chegar nós fomos por acessos bem estreitos. Mas caso tenhas a oportunidade de lá ir e apanhá-la aberta, aproveita! Aparentemente, a igreja estava aberta no sábado porque no domingo era a procissão do Nosso Senhor dos Passos em Lisboa. Infelizmente, não sei quando é que volta a abrir. Por isso, boa sorte! E se fores sortuda, conta como foi a visita :)
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