quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

NA ROTA COM OS TACHOS | Humm Burger.

Depois de, pelo menos, duas semanas de ausência da página, eis que me encontro de volta ao Nebulae, qual D. Sebastião irrompendo pelo nevoeiro matinal. É uma publicação muito especial, quer por ser a primeira publicação de Fevereiro quer por ser uma publicação que me tocou de forma especial; e com isto quer dizer o meu estômago. Mas, antes de começar, quero só deixar um pequeno aviso: não sou crítica de cozinha, por isso, toda e qualquer opinião apresentada reflecte apenas o meu gosto pessoal (que, segundo a minha mãe, e passo a citar, "és mesmo esquisita"). Comecemos, então!

O Humm Burger é uma casa de hambúrgueres artesanais (por esta é que não esperavam) que abriu algures no final do ano passado em Torres Vedras. Confesso que se o autocarro de Lisboa não passasse mesmo em frente ao estabelecimento nem saberia da sua existência! Mas felizmente não foi o caso. A partir do momento em que deitei o olho à casa percebi que, mais tarde ou mais cedo, teria de lá. A oportunidade surgiu em Janeiro, quando voltava para casa com o meu pai e ele me perguntou se a tal casa de hambúrgueres com os quais eu não me calava estava aberta. Era o final do dia de uma sexta-feira, seria um sacrilégio se não o estivesse.

Foi uma luta renhida até convencer os meus irmãos, sobretudo o mais novo, a vir connosco a um sítio que vendesse hambúrgueres que não fosse o McDonalds. Mas ao fim de algum tempo lá conseguimos pôr esta gente toda dentro do carro e seguir rumo em direção ao Humm Burguer. Quando lá chegámos, por volta das oito e meia, e lembrem-se que era uma sexta-feira à noite, encaixar cinco pessoas naquele espaço foi um desafio à altura de um jogo de Tetris, mas a senhora que nos atendeu logo arranjou uma solução. Não foi dos momentos mais confortáveis da minha vida, mas todos nós tínhamos fome e o desafio de ter de sair para encontrar outro sítio que agradasse tanto a Gregos e a Troianos não era um para o qual estávamos preparados.

@margaridapovoa
As bebidas foram as primeiras a chegar à mesa. Enquanto eu pedi um chá de frutos vermelhos frio, o meu pai pediu uma limonada; o resto foi corrido a Coca Cola. Confesso que preferi a limoada ao chá de frutos vermelhos, e eu sou aquele género de pessoa que adora frutos vermelhos! Era ácida, mas também era doce sem nunca chegar àqueles níveis de enjoo puro e duro. Além demais, estava bem fresquinha, o que soube ainda melhor.

Agora, vamos lá à vaca fria! A minha família ficou-se pelos hambúrgueres mais básicos, os mais parecidos que tinham provado em outros lugares, mas tanto eu como o meu pai decidimos "arriscar" um pouco: eu pedi um hambúrguer à camponês e ele com bolo do caco. Embora tinhamos lido o que cada prato levada, quando os pedidos chegaram à mesa ficámos espantados com o tamanho do hambúrguer. Qual happy meal, qual quê. Por momentos, pensei que, em vez de estar em Torres Vedras, estava num Honorato de Lisboa ou numa Hamburgaria de Bairro. Confesso que fiquei surpreendida com a qualidade tanto da carne, como dos restantes ingredientes. Ainda assim, a única coisa que tanto eu como o resto da minha família teve a apontar foi as batatas fritas que, apesar de estarem bem temparadas com ervas, vinha em doses pequenas. Talvez tenha sido por a cozinha não ter tido mãos a medir com os clientes que tinham de servir, mas isso ficará para uma próxima.

Mas um jantar não fica concluído sem uma sobremesa, um café ou os dois. Nesse final de noite armei-me em gulosa e pedi uma mousse de chocolate servida um pequeno pote (a mousse de lima e o cheesecake ficarão para a tal próxima). Estava tão boa que aquele pote sairia das minhas mãos como se tivesse saído da máquina de lavar loiça.

Foto da minha autoria.
Os preços são semelhantes àqueles encontrados nas hamburgarias lisboetas, o que, numa cidade mais pequena e rural que Lisboa, pode sempre levar alguém a torcer o nariz. Mas, a meu ver, não achei a coisa mais cara do mundo. Tudo o que provámos era fresco e estava bem preparado (mas aquelas batatas ainda nos pesam no coração...), por isso, valeu a pena o dinheiro que ali deixámos. O ambiente é acolhedor, mas como estava muita gente era inevitável não falarmos uns com os outros sem termos uma sobrancelha mais carregada, como se isso fosse ajudar a nossa capacidade auditiva.

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