sexta-feira, 17 de junho de 2016

NEBULOSA | Sem título


Eu e o meu irmão mais novo temos uma diferença de idades considerável, sendo que o aniversário dele é já ao virar da esquina. Mas, uma vez ou outra, esqueço-me que estou a olhar fixamente para ele. E desengane-se quem acha que estou a pensar em alguma coisa extremamente profunda e filosófica. Não. Estou só a pensar no quão rápido o tempo passou.

O recém-nascido que há quase doze anos segurei nos braços, um bocado nervosa porque eu não queria deixá-lo cair (lá se ia o boneco!), está quase do meu tamanho. Sim. Um miúdo com quase metade da minha idade já mede quase um metro e setenta! Se assim já me parte o coração, nem quero imaginar os muitos mais que irá partir ao longo da vida. Felizmente, ainda está naquela fase do "namorar? que nojo!". Continua assim e eu viverei descansada, porque ninguém será bom o suficiente para o meu irmão mais novo.

No entanto, quando ele olha de volta para mim e me pergunta o que é que eu tenho, ou para onde é que estou a olhar, tenho de dar a parte forte e relembrá-lo que quem faz as perguntas nesta casa sou eu; "para onde é que eu estou a olhar? Para os sapatos que deixaste no meio da sala, para a tigela que está em cima do móvel. Não tens mais nada que fazer senão chatear-me, ó coisinho?"

E a vida volta ao normal.

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