segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

NEBULOSA | Shira & Marty


Só pelo nome de dupla de sertanejo, percebe-se logo que trazem água no bico. Neste caso, água no focinho. Mas, primeiro, deixem-me apresentar-los.

Dias depois do nosso antigo cão, o Diego (o tigre dentes-de-sabre da Idade do Gelo), ter morrido, os meus pais decidiram adoptar um novo companheiro. Os problemas começaram logo aí. Quando chegaram ao canil municipal, os meus pais tinham em mente adoptar um cão, mas voltaram com dois porque a minha mãe perdeu-se de amores por um rafeiro branco como a neve que lá andava e que a seduziu só com o olhar. O meu pai lá acedeu ao novo amor da minha mãe e dois novos companheiros encontraram uma nova casa. Eles chegaram precisamente no dia em que tive o meu primeiro ataque de ansiedade, o que até me ajudou por eles ficaram comigo durante a noite, quando não conseguia dormir.

Da mesma maneira que eu dei nome ao nosso antigo cão (na altura, eu tinha cerca de 12 anos e adorava a Idade do Gelo - ainda adoro -, não torçam o nariz), os meus irmãos decidiram que agora era a vez deles de dar nome a estes dois patudos. Ficaram, então, conhecidos como a Shira (baseada na tigre dentes-de-sabre do último filme da Idade do Gelo, que fazia par com o Diego) e o Marty (a zebra do filme Madagáscar). Pois bem, eles estão a fazer jus ao seus nomes. São autênticas pestes, mas divertimo-nos imenso com eles e com aquilo que eles fazem.

Não há um dia de descanso nesta casa. Ou é o meu irmão a meter-se com os cães, ou a minha irmã a gritar com eles porque não conseguem controlar os gases que circulam dentro deles e que depois saem cá para fora. A última deles, e aquela que me levou a criar esta publicação, tem como estrela principal o Marty, o cão que pode ser confundido com uma bola de neve se não estivermos atentos.

Hoje, quando os meus voltaram da casa da minha avó, trouxeram uma caixa de plástico com doce de tomate. Depois de terem barrado aquela iguaria numa tosta, deixaram a caixa na bancada da cozinha e foram às suas vidas. Agora quero que pensem comigo: é altamente suspeito quando temos uma criança em casa e o silêncio impera. Bem, o mesmo se pode dizer em relação a este cão. Depois de ter passado despercebido por todos, foi até à cozinha, empoleirou-se na bancada, alcançou a caixa com uma graciosidade que quem o conhece sabe que não tem e começou a empurrá-la em direção ao tapete. Aí, conseguiu abri-la e começou a comer o bem dito doce de tomate da avó.

Apenas deixou um resto (deve ter pensado em nós, por um momento ou dois), pois sabia que não podia ser alarve. Ao mesmo tempo que olha para nós com uma cara de parvo (juro que é verdade!), na cabeça dele já deve estar a planear a conquista do mundo, uma caixa de doce de cada vez. Enquanto isso, e acredito nesta teoria, a cãopanheira de crime estava sentada entre nós, de olhar meigo. Provavelmente a distrair-nos.

8 comentários:

  1. O silêncio é muito suspeito! Sobretudo se forem cães novinhos e traquinas :p

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    1. Foi esse o nosso erro: acreditar que, só por virem do canil, não estavam habituados a fazerem das suas. Esquecemo-nos que ali era cada um por si!

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  2. Adorei ler este post! A tua casa não deve parar! Eheh, beijinhos

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  3. Sinto imenso pela morte do teu cão, já passei por isso e sei perfeitamente o que custa. Quanto às tuas duas novas pestes, são pequeninos, é normal. O meu antigo uma vez resolveu fazer algo semelhante ao teu episódio do doce de tomate, mas no caso dele, comeu um saco de pão de forma praticamente todo. Como só deixou apenas 4 fatias, acabámos por nos rir imenso porque somos 4 cá em casa. Gostei bastante dos nomes dos teus cães, espero que um dia partilhes algumas fotos :)

    Ricardo, The Ghostly Walker.

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    1. Obrigado, Ricardo. Não foi a primeira vez que passei por isso (infelizmente, estes companheiros de quatro patas não duram para sempre). Esse foi o nosso erro, esquecermo-nos que eles ainda são "cachorros" e que não vieram com o tudo instalado. Daí ter achado imensa piada às traquinices daquela dupla, que é uma espécie de Bonnie & Clyde do mundo canino.
      Mesmo assim, e pensando de uma maneira sempre positiva, essas quatro fatias ainda deram para o lanche ou para o pequeno-almoço. O que revela que o vosso antigo cão também vos tinha em grande consideração, já que as deixou contadas.
      Embora os meus irmãos me tenham perguntado se eu gostava dos nomes, a verdade é que eles já estavam mais que decididos. Um dia destes, revelo as faces destas duas pestes. É uma questão de ficarem atentos! :)

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    1. O que talvez não tenha sido tão fofo foi o facto de ele ter aparecido com o focinho ainda com umas réstias de doce de tomate :)

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