Queria agradecer não só aos meus pais e à minha família, mas como também a toda uma indústria de indumentária feminina. A todo o universo que envolve roupa biquínis, camisolas e roupa interior feminina, esta é para vocês
Vocês que criam roupas.
Vocês que ditam modas.
Vocês que acham que as pessoas vêm apenas num tamanho, ou com um tamanho que não sai muito da norma.
O meu grandíssimo obrigado, juntamente com um igual ide-vos lixar com a lixa mais áspera que encontrardes. Espero que seja claro para todos que as mulheres não têm todas o mesmo traço ou sequer o mesmo tipo de corpo. Eu sei. Às vezes faz confusão. Afinal de contas é fácil de nos confundir; somos todas senhoras de um busto e de personalidades vincadas (pelo menos aquelas que conheci). E apesar de ficar bastante feliz por saber que as minhas congéneres têm à disposição imensos padrões e feitios por onde escolher, quando chega a minha vez de esfregar as mãos e de pensar nas opções que poderei ter acabo sempre desiludida. Encontrar o tamanho certo, por si só, já é um desafio, já para não falar no vasto leque de escolhas: preto, cinzento e aquele cor de laranja manhoso.
A roupa interior ainda é o menos, porque estará coberta por uma outra camada, mais fina, mais grossa, isso depois dependerá de cada uma. Mas, a porca torce o rabo quando chegamos ao Verão. Uma mais que outras, os seres que se identificam com o género feminino também gostam de ir à praia de vez em quando, seja para ficar a trabalhar para o bronze ou para aquele belo tom de vermelho, sendo que se ficar bem nos podemos meter em tronco nu na bancada do Estádio da Luz em dia de jogo que ninguém dará pela diferença. Para mim, todos os anos, ou quase todos, o dilema é o mesmo: mas onde é que eu arranjo algo que não seja foleiro e que me sirva? Sim, isto porque se eu vou usar alguma coisa, não pode ser uma coisa qualquer que eu não goste. O que vejo mais são biquínis e fatos-de-banho com cores berrantes ou com aquele tão triste preto, que as nossas avós usam quando vão à praia. Mas, por mais incrível que pareça, as avós já começam a ter estilo. E olhem que já vi algumas que davam um baile a muita gaiata nova...
Mas, depois de tanta procura, consegui encontrar um biquíni que reunia as condições ideais. Ao vesti-lo, não ficava com a sensação que ainda teria um acidente. E, surpresa das surpresas, não me custou os olhos da cara. Os bons biquínis são como Pokémons raros: dão sempre uma dor de cabeça para os encontrar, mas depois de os teres é usá-los até mais não.
Agora, sempre posso fazer figas e esperar que alguém envolvido no mundo do vestuário encontre este humilde texto (mais um desabafo que outra coisa qualquer) e pense "ora aí está uma boa questão a ser tratada!". Vá lá, todas as pessoas têm o direito a sentirem-se bem com a sua própria pele e com as roupas que vestem. Só porque a anatomia de uns é vista como menos bonita, não quer dizer que esse direito lhes possa ser negado.

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