A Avenida Q é a adaptação portuguesa de uma musical de Broadway com o mesmo nome que estreou em 2003. O espectáculo conta com a participação de personagens de carne e osso que vivem o seu dia-a-dia com outras personagens mais "manobráveis". Considerada como a Rua Sésamo para adultos, quando todas estas personagens sobem ao palco, elas contam-nos, por intermédio de uma série de canções que ou nos fazem rir ou nos fazem pensar um bocadinho mais na nossa situação, as várias histórias daqueles que vivem nesta avenida. Desde o gay que ainda está no armário, mas que todos sabem ser gay, ao recém-licenciado que quer encontrar o seu sonho nesta vida e sem esquecer os montros que querem fazer deste pequeno mundo melhor, animação é algo que não falta a este musical! Incluí o clássico "Que merda que eu sou..." e "A Internet".
A primeira temporada deste musical estreou em Fevereiro deste ano e a segunda em Setembro, no Casino de Lisboa. Não há um momento morto, ou sequer um intervalo durante todo o espectáculo e ainda bem. Foi uma hora e meia de diversão e de gargalhadas! Gostei imenso de todos os personagens, não só porque os actores que se movimentavam pelo palco eram incansáveis mas também porque em todos eles consegui encontrar um pedacinho de mim. Houve um, em particular, que tocou mesmo cá no fundo: o Becas, que é licenciado em História.
Uma hora e meia de cantoria. Uma hora e meia de diversão e de peripécias mais ou menos porcas. Uma hora e meia sem parar em palco. Louvo o trabalho daquele grupo de actores que fez o melhor que pôde, mesmo a maior parte deles estarem já quase sem voz (o musical está em cena quatro dias por semana, desde o início de Setembro), e conseguiu pôr toda a plateia a rir.
Mas o melhor de tudo foi ter a possibilidade de falar com os actores depois do espectáculo acabar, já a sala estava vazia. Como foi com o meu primo, que tem um maior à vontade para falar com as pessoas do que eu, ele fez questão de lembrar os actores que estavam em palco os primeiros papéis em que eles o viu (o Pedro d'Uma Aventura e o Rafa e o Tojó dos Morangos com Açúcar). Honestamente, eu não cabia em mim de contente porque tive a possibilidade de estar pertos destes artistas, o que me valeu não conseguir dizer nada de jeito por estar envergonhada e encavacada. Mas todos eles foram de uma simpatia comigo e para quem lá estava, nunca dizendo que não a mais uma fotografia. Apercebi-me também que afinal não éramos assim tão diferentes, porque um deles também estava a cursar História. Estava a tirar História mas estava ali em palco, o que significa que a área que escolhemos não tem de nos limitar. Soube bem ouvir e saber disso, mesmo estando essa informação nos confins mais distantes da nossa cabeça. Pelo menos, da minha.
Não é um musical aconselhado para crianças pela linguagem e cenas de sexo entre os fantoches, por isso, não levem a petizada. Mas se tiverem oportunidade e lugar disponível, vão ver! Foi bom, não foi? Foi, sim, senhora!
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