A GRANDE TELA | Oddball.

Quem me recomendou o filme foi o meu pai, que me disse que este cão era tal e qual aquele que temos cá em casa. A única diferença, à excepção do rafeiro que temos por estes lados ser um belo rafeiro português, é que o Oddball tem um pouco mais de pêlo; se com o pêlo que apanhamos do chão cá de cada dá para fazermos uma peruca vistosa, então a pelagem do protagonista do filme seria perfeita para um anúncio de shampoo de cães.

A história é simples, mas nem por isso deixa de ser amorosa. Oddball é um cão da raça Maremma e o seu trabalho é simples: guardar as galinhas e a quinta de Swampy. Bem, a ideia é boa, mas a realidade é bem diferente. Ao invés de ajudar, Oddball só se mete em sarilhos. E é metido em sarilhos que o vamos encontrar quando a história começa. Depois de várias oportunidades que se viram goradas pela sua falta de jeito, o cão é proibido de entrar na cidade. Enquanto isso, numa pequena ilha perto da cidade de Warrnamboll, na costa australiana, a população de penguins está a diminuir num ritmo alarmante por causa de ataques de raposas, pondo em risco a vida dos animais como a própria existência daquela pequena reserva. É então que Swampy e a neta, Livvie, decidem levar Oddball até à ilha para proteger os penguins dos ataques.

O filme é baseado numa história verídica e foi até produzido com a ajuda do "verdadeiro" Swampy, que em muito ajudou na protecção da reserva destes pequenos penguins. No final do filme, caso queiram saber mais sobre o projecto, é-nos dado o ligação para o site, onde podemos não só aprender mais sobre todo o processo como doar algo à causa.

Permitam-me que deixe isto bem claro: eu não gosto de filmes com animais. Permitam-me que especifique: eu não gosto de filmes com animais que morrem no final. Não só os meus olhos, mas também o meu coração, ficariam eternamente gratos se não tivessem de chorar baba e ranho sempre que um animal nos deixa. O que eu sofri quando fui ver o Marley & I ao cinema, porque não queria chorar em frente daquela gente toda mas também não sabia o que fazer se não podia derramar várias uma lágrima. Eu nem me atrevo a ver o filme Hachiko. Ver o War Horse foi um coice no coração - como podem constatar, eu não fui feita para ver este género de filmes. Por isso, quando o meu pai me aconselhou a ver o filme, eu estava literalmente de pé atrás e ainda demorei algum tempo até me decidir a vê-lo. Adorei. É o género de filme que nos aquece o coração e nos faz rir com as trapalhadas daquele cão que deveria guardar galinhas, mas que tem um dom para guardar penguins.