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Foto da minha autoria. Não utilizar sem autorização prévia. Instagram: @margaridapovoa |
Para o marcador de hoje, e provavelmente do resto da semana, trago-vos o mais recente livro de uma das minhas autoras preferidas, Sarah Addison Allen: "Lago Perdido".
Já antes tinha feito uma publicação referente a um dos seus livros, nomeadamente o "Jardim Encantado". Mas tanto foi a primeira publicação no blog, como foi algo rígida. Por isso, desta vez quero fazer algo mais descontraído, mas que vos deixe com vontade de ler o livro e descobrir um novo autor.
Confesso que não foi dos meus preferidos da autora, mas não será por isso que deixará de ser um bom livro. Ao contrário do que experenciei com os anteriores, como o "O Jardim Encantado", "O Feitiço da Lua" e "O Quarto Mágico", não o devorei num dia, foi lendo ao longo da semana, preferencialmente durante a noite (é uma das minhas alturas preferidas do dia para ler).
O livro é composto por várias histórias que nos dão a conhecer o passado de cada personagem, mas o enredo principal centra-se em redor de Eby, a proprietária do Lago Perdido, e Kate e Devin, mãe e filha que após a perda do marido e pai procuram um sítio onde possam levar uma nova vida. Mãe e filha chegam ao Lago Perdido, em Suley, Georgia, após terem encontrado um postal de Eby, tia-avó de Kate, que havia sido enviado há anos depois de Kate e a família terem passado férias em Suley. O postal aparece no momento certo, uma vez que o pai de Devin morrera há um ano e Kate havia entrado num estado de "sonambulismo" devido ao choque.
Ao contrário do que se passou nos livros anteriores de Sarah Addison Allen, excepto "A Árvore dos Segredos", porque ainda não o li, a história não se foca somente no amor carnal ou romântico entre um homem e uma mulher. Não quer dizer que essa seja a única temática encontrada nos livros da autora, mas é seguramente mais desenvolvida. Do mesmo modo, não quer dizer que não esteja presente neste livro, mas de uma forma menos avassaladora. Sem dúvida que o tema em que a autora mais se focou foi o amor familiar e no poder das recordações e amizade.
Eby é proprietária do Lago Perdido há cerca de cinquenta anos. São cinquenta anos repletos de memórias, emoções e sentimentos que perduram muito para lá do tempo. No entanto, o Lago já não é o que era. As atenções foram desviadas para um conceito mais próximo do século XXI, um parque aquático e um hotel. É no momento que Eby se prepara para vender o Lago Perdido e viajar, querendo reviver os melhores momentos da sua vida, que foram com o seu marido, na Europa, que as coisas começam a mudar. A vinda de Kate e Devin, a chegada de Bulahdeen e Selma para um último Verão, a história entre Lisette e Jack e o enredo que envolve Wes e a sua família.
A maneira de escrever de Sarah Addison Allen transforma o livro numa pequena máquina de sensações, que consegue transmitir desde aromas a sons. Realmente mágico, mesmo não sendo o meu livro preferido da autora. Têm que realmente ler um dos seus livros, mas tenham em atenção que assim que começarem a fazê-lo não dá para voltar atrás. Ah! E tenham sempre um pequeno snack ao lado, porque haverá alturas em que ela vos dará fome.
De novo, não foi dos meus livros preferidos, mas não quer dizer que não seja o vosso. Depois de saber que a autora passou por uma autêntica provação, com a qual acho que todas nós, mulheres, estamos familiarizadas, o cancro da mama, ela como que renasce e procura conforto em lugares que lhe são queridos; há uma luta entre o querer desistir e não o querer de todo, ao mesmo tempo. E acho que o livro é isso mesmo. Creio que a autora, ao escrever esta história maravilhosa, nos está a transmitir parte da sua experiência.
Ou, então, sou eu que estou a ver coisas onde elas não existem.
Espero que esta publicação vos tenha despertado o interesse e que tenham gostado, como é óbvio. Mesmo que não tenha sido para a autora em questão, mas para um outro tema ou livro (se vos fiz pensar "agora apetecia-me ler qualquer coisinha", já ganhei o dia). Se já leram o livro, ou não, e queiram partilhar a vossa opinião, sintam-se à vontade para o fazer! Quero saber o que vos vai na cabeça.
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